O prefeito de Catalão Adib Elias admitiu que não está em um bom momento com o governador Ronaldo Caiado (DEM). Em entrevista à Rádio Nova Liberdade FM na última segunda-feira, Adib comentou o recente convite do governador para que o MDB, especialmente o ex-deputado federal Daniel Vilela, componha a chapa majoritária na disputa pela reeleição em 2022.
“O melhor para mim é ver que as pessoas que me expulsaram do MDB, há três anos, agora são obrigadas a reconhecer que eu estava correto e que o Ronaldo era o melhor para Goiás naquele momento.”
prefeito Adib Elias
“O melhor para mim é ver que as pessoas que me expulsaram do MDB, há três anos, agora são obrigadas a reconhecer que eu estava correto e que o Ronaldo era o melhor para Goiás naquele momento. Ainda assim, muita água vai passar debaixo dessa ponte, e entendo que o governador se precipitou muito em externar esse projeto”, destacou Adib, falando também sobre o processo de expulsão sofrido no MDB após declarar apoio à candidatura de Ronaldo Caiado em 2018.
Segundo o prefeito, Caiado procurou vários aliados há alguns meses e falou da intenção de ter o MDB em sua chapa no ano que vem, mas com a vaga do partido para o ex-governador e ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende, que disputaria cadeira no Senado Federal. “Depois que o Iris disse não ter intenção em uma nova disputa, começaram as notinhas sobre candidatura do Daniel a vice-governador”, explicou.
“O governador Ronaldo Caiado é o mais honesto que já conheci; integridade moral à toda prova e conseguiu acabar com a corrupção no Governo do Estado, mas sou muito à vontade para ir aonde quero. Não sou obrigado por ninguém.”
prefeito Adib Elias
Ronaldo Caiado
“Não tenho dificuldade em contar o que disse ao governador: não sou periquito para aceitar tudo mastigado de pai e mãe. Só vou no que vejo ser correto e no que é melhor. O governador Ronaldo Caiado é o mais honesto que já conheci; integridade moral à toda prova e conseguiu acabar com a corrupção no Governo do Estado, mas sou muito à vontade para ir aonde quero. Não sou obrigado por ninguém”, resumiu Adib.
“Nesse momento, nesse atual contexto, o meu coração manda que eu não participe de eleição aqui em Goiás. Eu não tenho ‘bucho’ de ema para engolir isso (candidatura de Daniel Vilela a vice-governador) agora; ema é que tritura tudo.”
prefeito Adib Elias
“Fui coordenador geral da campanha do governador. Ele chegou até mim e disse: ‘Adib, eu levei 40 anos para construir o meu nome; não deixe que sujem isso’. Nos últimos dez dias de campanha, poderíamos ter arrecadado R$ 6 milhões, mas não arrecadamos sequer um real porque seria caixa dois e o Ronaldo não aceita isso. Amanhã, se eu estiver com ele ou contra ele, vou falar a mesma coisa. Não vou mentir, mas nesse momento, nesse atual contexto, o meu coração manda que eu não participe de eleição aqui em Goiás. Eu não tenho ‘bucho’ de ema para engolir isso (candidatura de Daniel Vilela a vice-governador) agora; ema é que tritura tudo”, emendou.
Daniel Vilela
“Política dá muitas voltas, mas já vieram até mim e não tenho pretensão nenhuma de conversar com o Daniel; não o perdôo pela maneira como me expulsou do partido 40 e tantos anos depois. Converso com muitas pessoas com quem tive as maiores das dificuldades, mas quem mais foi expulso do MDB? Quem ele colocava semanalmente estampado no jornal O Popular? Expulsar o Adib Elias era destaque”, contou o prefeito sobre Daniel, presidente regional do MDB.
Marconi Perillo e PSDB
“A todo momento tem telefonema de gente que judiou de mim por 20 anos querendo se aproximar. Gente que não ajudou Catalão, gente que não fez sequer uma obra na cidade ou na região em 20 anos… As obras que existem aqui são de agora, do governador Ronaldo Caiado com o Adib Elias. Eu não posso aceitar convite dessas pessoas: tenho vergonha do povo de Catalão, dos meus companheiros e da minha família”, confessou Adib.
Ainda durante a entrevista, o prefeito disse que sua participação nas eleições para o Governo do Estado dependerá de novos pré-candidatos que surgirem. “É difícil me manter sem trabalhar: sou um ser político e se Deus me permitir viver até os 89, 99 ou 109 anos, vou continuar fazendo política”.